MOVIMENTO RESPIRA SÃO PAULO

Por um Transporte Elétrico Sustentável

Meio Ambiente - O papel da tração elétrica no combate à poluição

 
O nível de poluição do ar no município de São Paulo já alcança níveis alarmantes.
De acordo com o Prof. Da Escola de Medicina da USP, Paulo Saldiva, a manutenção da poluição do ar acima dos padrões da Organização Mundial da Saúde causa aproximadamente 4 mil mortes/ano prematuras com um custo financeiro de 450 mil dólares por ano. (Fonte: “Ambientes Verdes e Saudáveis” Vol. III, pág. 71).
Efeito Estufa:
Entretanto, o principal elemento que contribui para o Efeito Estufa é o dióxido de Carbono (CO2).

A redução da emissão deste elemento poderá de certa forma, ser comerciada, incentivando ações em favor do meio ambiente.
Os outros elementos poluentes deverão ser simplesmente, reduzidos ou eliminados através de outras medidas.

De acordo com o Inventário de emissões de Gases de Efeito Estufa elaborado pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente para o ano de 2003, o volume de CO2 lançado anualmente no município de São Paulo é da ordem de 15,7 milhões de toneladas/ano e as principais causas são apresentadas no quadro abaixo:

 

As emissões da utilização da Energia para o transporte, geração de energia e outras aplicações na cidade de São Paulo é apresentada no quadro abaixo:

Deste total, 78,54% são provenientes da queima de combustíveis para o transporte, cuja divisão é demonstrada no gráfico abaixo.

O transporte rodoviário por automóveis, ônibus e caminhões é responsável por 68,38% das emissões, sendo 35,7% devido ao uso da gasolina, 31,5% pela queima do óleo diesel e 1,18% pelo uso do gás natural automotivo. 21,1% refere-se às emissões da queima de GAS/GAV/GLP e 10,6 % de outras fontes.

 

QUAL É A EMISSÃO DE CO² PARA CADA ÔNIBUS MOVIDO À DIESEL?

Os valores referentes ao ìndice de emissão de CO² de cada ônibus diesel demonstraram diferenças nos vários métodos e fontes de dados pesquisadas.

 

1) Indice apurado pela média da frota em relação ao volume total de poluentes:

 

O quadro abaixo mostra a composição da frota na cidade de São Paulo em 2003, obtidas dos inventários da DENATRAN - Departamento de Trânsito Nacional e do DETRAN - Departamento de Trânsito da cidade de São Paulo.

Para determinar a frota de veículos movidos a diesel existentes, foram somadas as quantidades referentes aos ônibus, micro ônibus e caminhões e calculada a média aritmética. Para tranformar a frota dos veículos utilitários em frota equivalente aos veículos mais pesados diesel, foi utilizado um índice redutor de 50% a partir da frota média, obtendo-se o valor total médio de 461.120 veículos diesel.

Dividindo-se a quantidade de emissões de CO² anual pela frota diesel existente obteremos o seguinte índice de emissão para cada veículo diesel:

3.373.192 / 461.120 = 7,32 ton CO²/veículo/ano ou 0,61 ton CO² /veículo / mês.

 

0,61 ton CO² / veículo /mês

 

 

7,32 ton CO² / veículo /ano

 

 

Ônibus Urbanos da SPTrans:

Restringindo à análise da frota de ônibus urbanos do Sistema Municipal da SPTrans de 14.744 ônibus em 2015, constatamos que a quantidade equivalente de emissão de CO2 é de 9.012 toneladas por mês.

O quadro abaixo demonstra o cálculo proporcional:

Constatamos que a frota atual de 200 trólebus deixa de emitir 122 toneladas de CO2 por mês além de outros poluentes.

 

2) Índice apurado pela média de quilometragem percorrida para cada ônibus urbano da SPTrans:

 

De acordo com o relatório da SPTrans (ANEX0 I - TRANSPORTE COLETIVO- 2015 - pag. 45) a média de quilomentragem da frota de 14.774 ônibus é de 79.354.111 km/mês.

A média mensal por veículo é de 5.371 km/mês.

O índice de emissão de CO² por quilômetro apresentou algumas diferenças nas várias fontes de dados pesquisadas.
Restringido os resultados por duas fontes, temos os seguintes índices:

ANTP (Estudo Comparativo de Tecnologias Veiculares de Tração Aplicáveis a Ônibus - tabela 6.5)

1,46 kg/km

IPEA ( Instituto de pesquisa Econômica Aplicada - Emissões Relativas de Poluentes do Transporte Motorizado de Passageiros nos Grandes Centros urbanos - 2011 - pag. 15).

1,28 kg/ km

Adotando-se a média teremos o índice de 1,37 kg/km.

Multiplicando-se o índice de emissões de CO²/km pela quilometragem mensal percorrida por cada ônibus diesel obteremos o seguinte índice de emissão por ônibus:

5.371 x 1,37 = 7,36 ton CO² / veículo / mês.

 

7,36 ton CO² / veículo /mês.

 

 

 

Ônibus Urbanos da SPTrans:

Restringindo à análise da frota de ônibus urbanos do Sistema Municipal da SPTrans de 14.744 ônibus constatamos que a quantidade equivalente de emissão de CO2 é de 108.737 toneladas por mês.

O quadro abaixo demonstra o cálculo proporcional:

Constatamos que a frota atual de 200 trólebus deixa de emitir 1.472 toneladas de CO2 por mês além de outros poluentes.

 

108.737 ton CO² / 14.774 veículos /mês

 

 

1.304.844 ton CO² / 14.774 veículos /ano

 

 

 

PROGRAMA ECO-FROTA

Os valores obtidos nesta última análise, se aproximam dos resultados obtidos no Relatório da SPTrans relacionado ao PROGRAMA ECO-FROTA.

O valor obtido naquele documento, relativo ao índice de emissão de CO² evitados para a frota de 190 trólebus, que é o único veículo totalmente isento de emissões, foi de 1.491 ton de CO² / mês, relativos aos anos de 2011 e 2012.

A média de emissões evitadas por veículo foi de 7,84 ton / mês.

Este fato demonstra que o método usado para o cálculo de emissões pode ter sido baseado na utilização do índice de emissões por quilômetro rodado.

Porém, se levarmos em conta que o valor de emissão anual, baseado no resultado mensal obtido acima, seja de 1.304.844 ton CO² / ano, este valor será muito alto se comparado com o valor total de emissão de 3.373.192 ton CO / ano, presente no inventário original de 2003 da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, referente a uma frota de 461.120 veículos diesel mencionado no inicio desta página, pois, a frota de ônibus urbanos da SPTrans representa apenas 3,2% daquele total.

Comparação entre os índices: Qual é o índice correto?

Os índices obtidos na simulação referente ao Estudo da Secretaria do Verde e Meio Ambinete de 2003 teve os seguintes resultados:

 

0,61 ton CO² / veículo /mês

 

 

7,32 ton CO² / veículo /ano

 

 

Os índices obtidos na simulação referente ao Estudo da SPTrans em 2012 teve os seguintes resultados:

 

7,84 ton CO² / veículo /mês

 

 

Se considerarmos que no relatório do Programa ECO-FROTA a quantidade de emissões evitadas para 190 veículos fosse de 1.491 ton CO² ao ano e não mensal, as emissões para cada veículo seria de 7,84 ton CO²/ano ou 0,65 ton. CO²/mês.

 

0,65 ton CO² / veículo /mês

 

 

7,84 ton CO² / veículo /ano

 

 

Este valor é semelhante ao calculado na simulação anterior, 0,61/ton/mês, que representa a média de emissões por veículo por mês, referente ao total de 3.373.192 ton / ano para uma frota de 461.120 veículos diesel.

Analogamente, os índices demonstrados no Estudo da Secretaria do Verde e Meio Ambiente de 2003 poderá se referir aos períodos mensais em vez de anuais, validando os valores do Estudo da SPTrans.

Incentivo à Tração elétrica:

Plano de Eletrificação dos Corredores:

A maioria dos corredores implantados atualmente foram projetados no Plano Sistran, na década de 80, que previa a implantação de 1.280 trólebus para São Paulo em 5 anos. Entretanto, somente 30% do plano foi executado.

É importante retomar este projeto, visando a ampliação do uso da tração elétrica na matriz do transporte da cidade, trazendo mais qualidade de vida para a população. Com vários corredores já implantados fisicamente, a eletrificação se tornará mais fácil.

Características dos Corredores:

Paralelamente, as características operacionais de cada corredor deverão ser revisadas. Os corredores de ônibus atuais possuem uma grande quantidade de linhas que entram e saem do corredor em muitos pontos, provocando congestionamento de ônibus, baixíssima velocidade média e baixa capacidade.

O modelo ideal é similar a uma linha de metro: É uma ligação principal entre os terminais A e B com a freqüência de até 30 segundos entre um veículo e outro na hora de pico, por sentido. Ao longo do corredor, as linhas alimentadoras serão integradas através de paradas de transferência.

O modelo padrão de eletrificação a ser adotado será a implantação de rede dupla, sustentada por postes de aço ornamentais com iluminação pública e desenho arrojado.

As subestações padrão serão compactas, com potência de 1000 quilowatts e instalada a cada 1 km, com capacidade de fornecer energia para até 8 trólebus. Este tipo de subestação pode ser instalada em pequenos terrenos ou praças públicas, em uma área relativamente reduzida.

 

Corredores propostos para eletrificação:

A Curto prazo, seria eletrificado o corredor Lapa – Centro.
A Médio prazo seriam eletrificados os corredores Nova Cachoeirinha e Rebouças e a extensão do Corredor Casa Verde até o Mandaqui.

A Longo prazo seria eletrificado o Corredor Santo Amaro com características especiais, podendo ser prevista a implantação do sistema de trólebus bi-articulados ou Veículos Leve sobre Trilhos.

 

 

Crise de energia:

A crise de energia se baseia na falta de investimentos e não na falta de recursos hídricos para geração de energia. Existe uma grande capacidade de geração hidroelétrica a ser explorada.

O consumo de energia de um trólebus é de 141.650 quilowatts/hora por ano.

A frota atual de 200 trólebus consome 28.330 Megawatts/hora por ano e se prevermos uma frota de 1000 trolebus, o consumo será de 141.650 Megawatts/hora por ano ou 142 Gigawatts/hora por ano.

Verifica-se que o consumo de 1000 trólebus é de apenas 0,5% do total, portanto, em um eventual racionamento de energia, o setor de transporte terá plena condição de continuar operando, por ser um serviço essencial.
Os setores de Comércio e Indústria seriam os principais alvos para redução de consumo.
O subsidio na tarifa da tração elétrica era de 80 % em 1978 e foi, gradativamente, sendo eliminado até 1987. Atualmente a tarifa é sobretaxada em até 39%.
A LEI Nº 14.933, de 5 de junho de 2009, aprovada pela Câmara Municipal, estabeleceu para o ano de 2012 uma meta de redução de 30% (trinta por cento) das emissões antrópicas agregadas oriundas do Município, expressas em dióxido de carbono equivalente, dos gases de efeito estufa listados no Protocolo de Quioto, em relação ao patamar expresso no inventário realizado pela Prefeitura Municipal de São Paulo e concluído em 2005.
Sendo a parcela do transporte rodoviário responsável por 78% das emissões, algumas das principais ações previstas foram as seguintes:
a) ampliação da oferta de transporte público e estímulo ao uso de meios de transporte com menor potencial poluidor e emissor de gases de efeito estufa, com ênfase na rede ferroviária, metroviária, do trólebus, e outros meios de transporte utilizadores de combustíveis renováveis;
b) estímulo ao transporte não-motorizado, com ênfase na implementação de infra-estrutura e medidas operacionais para o uso da bicicleta, valorizando a articulação entre modais de transporte;
c) implantar medidas de atração do usuário de automóveis para a utilização de transporte coletivo;
d) implantar corredores segregados e faixas exclusivas de ônibus coletivos e trólebus e, na impossibilidade desta implantação por falta de espaço, medidas operacionais que priorizem a circulação dos ônibus, nos horários de pico, nos corredores do viário estrutural.
Uma parte destas metas foram alcançadas no Projeto ECO-FROTA na gestão municipal entre 2009 e 2012, porém, na gestão de 2013/2016 o projeto foi cancelado.
Verificamos que está incluído o apoio ao desenvolvimento da tração elétrica, através da ferrovia, do metro e dos trólebus, pois é o único meio de transporte totalmente limpo.
Os Projetos em andamento:
Existem projetos que irão contribuir para a redução da poluição. Além dos projetos do governo do Estado de São Paulo na ampliação da rede de metro, ferrovia, eletrificação do Corredor EMTU com o aumento da frota de trólebus para mais de 200 veículos e parceria na implantação do projeto de uma nova modalidade através do metro leve “Mono-trilho” no Expresso Tiradentes, torna-se prioridade a recuperação e desenvolvimento do Sistema Trólebus Municipal.

 

Links Relacionados:

1) Inventário Ambiental de 2005 da SVMA >

Inventário 2005

2) Lei Municipal 14.933 >

Lei 14.933

3) Depoimento do Secretário do Verde e Meio Ambiente Eduardo Jorge sobre a tração elétrica >

Entrevista Rádio

4) Depoimento do consultor da ANTP Ayrton Camargo sobre trânsito e Corredores de ônibus (Arquivo pesado: 12,7 Mb) >

Entrevista Radio Bandeirantes

5) ANEX0 I - TRANSPORTE COLETIVO - 2015 >

ANEXO I - TRANSPORTE COLETIVO - 2015

6) Publicação da SPTrans - O Coletivo n° 01 >

O COLETIVO N° 01

7) Emissões Relativas de Poluentes do Transporte - IPEA >

INDICES DE CO2 - DIESEL td_1606 IPEA

8) ANTP - Estudo Comparativo de Tecnologias Veiculares >

ANTP - Inventário de Emissões

 

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